A chegada de um bebê na família exige preparo para receber esse novo membro. Geralmente os pais passam a se planejar com enxoval, quarto, adaptações da casa. Buscam orientações sobre amamentação, desenvolvimento cognitivo, choro e birra.
Durante a infância, tudo parece ocorrer mais ou menos no controle. As crianças aprendem o que podem e o que não podem, a importância da rotina e da escola, sobre serem gentis e respeitosos.
Conforme o tempo vai passando, o que acontece com o temperamento e comportamento daquela criança bonitinha, fofinha, alegre e bem comportada?
Realmente o tempo voa. Adolescer é uma grande mudança, tanto para quem deixa de ser criança como para os pais, que raramente estão preparados para vivenciar esta fase com a naturalidade que gostariam.
O cérebro e o corpo estão passando por uma reorganização e você percebe que seu filho está mais distante, silencioso, usando uma linguagem completamente diferente e se veste de um jeito que parece um tanto estranho. Sei que para você é difícil entender essas mudanças e até mesmo seu papel na vida dos filhos.
Bem vinda, adolescência! Você acaba de receber um filho adolescente e todos foram pegos de surpresa, até mesmo ele.
E como você se preparou ou se prepara para receber seu “novo filho”?
Acredito que o seu desejo, como de outros pais, é assegurar uma adolescência sadia. Sua grande dificuldade é lidar com a transição e isso traz muitas dúvidas, incertezas, inseguranças e ansiedade. É uma fase de inúmeras transformações e conflitos e, lidar com ela, exige compressão sobre esse período de vida dos filhos. Esse é o momento de ajustar e ensinar sobre planejamento, limites e emoções. É hora de começar a conhecer melhor o seu “novo filho” e essa tarefa exige muito mais que boa vontade e expectativas.
Os pais precisam de habilidades para se relacionar de forma saudável, colocando limites sem ser um pai autoritário, mas um pai educador. Além disso, é vital saber ouvir os adolescentes e poder auxiliá-los no processo de autoconhecimento, no reconhecimento das emoções, na resolução de problemas e no autocontrole. Contudo, desenvolver uma relação de confiança e um vínculo fortalecido é fundamental para que o jovem se sinta confortável o bastante para dividir as situações que está vivendo durante essa fase. Permitir que o filho ganhe seu próprio espaço sem fechar portas para o diálogo é o caminho.
E como aprendo essas habilidades?
Realmente filhos não nascem com manual de instruções. Porém eu o convido a ter um olhar mais atento e carinhoso sobre essa fase e, ajudar o seu filho e enfrentar as dificuldades e frustrações. Fique atento ao que ele diz, disponibilize atenção e afeto. Pense na sua adolescência, lembre-se das suas dificuldades, suas frustrações, mudanças de humor enquanto amadurecia…
Pensou na sua adolescência? Quais respostas você daria? Quais comportamentos você mudaria após seu filho ter entrado na adolescência?
Pais que sabem mais sobre a adolescência e o que está por vir podem se preparar melhor para lidar com esta fase…acredite: é possível!
“Enfrentar com segurança a adolescência dos jovens significa, muitas vezes, apenas navegar com eles por mares revoltos, até chegar a águas mais calmas”.
(Jensen e Nutt, 2016)