“Que sono é esse?”, “Levanta que já passou do horário”, “Acoooooorda!!!” ou “Ah, mãe! Só mais um pouquinho…”. Você já passou por essa experiência? Situações como esta ocorrem com muitas famílias.
A mãe pensa que o adolescente é preguiço e sente que deve ser rígida na educação. A questão é que os adolescentes estão passando, também, por mudanças biológicas que interferem nos seus hábitos de sono.
Normalmente, os adolescentes experimentam sonolência diária excessiva porque dormem pouco. Isso faz com que tenham mais dificuldades para acordar de manhã.
Durante essa faixa etária, há um atraso no no horário da liberação de melatonina, hormônio do sono importante para a regulação do ritmo circadiano. Naturalmente eles vão sentir sono mais tarde, não é porque eles querem, porque é biológico.
Sendo assim, os jovens ficam com o sono em atraso por até 2 horas a cada noite, esse sono se acumula ao longo da semana gerando necessidade de dormir mais ao longo do dia e aos finais de semana.
Podemos também pensar que, somando isso a uma variável ambiental a disposição dos eletrônicos, fase em que os pais monitoram menos, pressão e cobrança escolar com provas e vestibular e, o horário do início escolar. Eles estão mais sob controle de outras variáveis. Veja bem, eles dormem mais tarde e acordam mais cedo, isso gera uma constante privação e desregulação de sono.
Os pais precisam compreender o que está acontecendo com esse filho. É importante que o próprio adolescente se aproprie do seu processo de desenvolvido e do que é importante para ele quanto ao autocuidado.
Os pais precisam entender o que os adolescentes estão passando quanto aos aspectos biológico, social, cultural, físico e comportamental para orienta-los e se manterem numa relação produtiva e construtiva com os filhos.
Elizabete Amaral – Psicóloga de Adolescentes, Jovens e Adultos
Orientação a Pais de adolescentes CRP 08/22445